VOCAÇÃO OU PROFISSÃO?
A história nos encaminhou a dividir nossa
vida.
Para facilitar o manejo com algo tão complexo como o viver, dividimos.
Tudo foi dividido: religião e estado,
ciência e religião, clero e leigos.
Você já percebeu como o estado está separado
da nação?
“ O governo está devendo bilhões”, é a
afirmação que mais ouvimos.
Podemos perguntar: - quem está devendo?
Podemos perguntar: - quem está devendo?
Nós não conseguimos pensar unificado,
antes nos enchemos de vidas: vida familiar, vida conjugal, vida financeira,
vida profissional, vida sentimental, vida íntima, vida religiosa. É como se
tudo isto fosse algo à parte de nós mesmos.
- Estou bem, mas a minha vida íntima; ou
familiar...
O grande problema em dividir nossa vida
está no fato de que estas vidas todas requerem uma vida inteira de
investimento; de dedicação, isto é, todas elas precisam ser vividas. Neste
conceito, ao invés de facilitar, a coisa está complicando, pois antes eu tinha
apenas uma vida para viver e agora, eu tenho várias. Elas, todas elas, requerem
a pessoa por inteiro, e a pessoa é uma só. O que fazer com tantas vidas?
Para conseguir sobreviver somos obrigados
a separar: Não leve negócios para casa, não traga problemas de casa para a
empresa. Não misture ou haverá falência, seja pessoal ou empresarial.
Agora que já nos acostumamos a pensar e viver
divididos, a história quer mudar nosso paradigma; diz ela: VAMOS UNIR!
É necessário unificação dos povos, da política, da economia, do mercado. Ouvimos termos como: mercado comum, moeda única, ecumenismo, esforço nacional, fusão de empresas, encontre o seu eu.
É necessário unificação dos povos, da política, da economia, do mercado. Ouvimos termos como: mercado comum, moeda única, ecumenismo, esforço nacional, fusão de empresas, encontre o seu eu.
Por causa desta divisão, as pessoas têm
que eleger uma prioridade e investir nela, isto para não ficar louca.
Evidentemente as outras áreas não priorizadas com certeza exigirão. Haverão
cobranças e isto resultará em FRUSTRAÇÃO.
A prioridade de nossa sociedade atual é a
profissão, por causa do mercado e da sobrevivência, e também da cultura de
consumo.
Os pedagogos, professores, os
profissionais da educação podem testemunhar:
Pais deixam seus filhos na escola pensando
no sucesso, no mercado e não no desenvolvimento pessoal de seus filhos.,
Participei de várias reuniões de pais e
mestres e sei o que estou dizendo: Tanto que a maioria dos filhos são quase que
abandonados na escola, e a cobrança é pelo sucesso estudantil.
- O que você será quando crescer?
Esta é a tradicional pergunta para as crianças, pelo mundo adulto.
Esta é a tradicional pergunta para as crianças, pelo mundo adulto.
- Se você não tiver a profissão certa,
você não será ninguém!
Esta é a afirmação estampada na face de pais desesperados pelo competitivo mercado.
Esta é a afirmação estampada na face de pais desesperados pelo competitivo mercado.
Resulta disto crianças arrebentadas e
sendo cobrado da escola uma formação: BOM ESTUDANTE. Interioridade aos cacos,
isto resulta em FRUSTRAÇÃO.
Por outro lado da cobrança de conteúdos,
a alma requer afetos, conexões, relacionamentos, o desenvolvimento pessoal.
Acabamos encontrando excelentes alunos,
bons profissionais, mas péssimo filho, pai ou amigo.
Parece que este se torna o tom do
desenvolvimento humano, pois as amizades ou até mesmo a fidelidade, parte de
uma ótica profissional - de mercado, se trazem vantagens bem, se não, são
descartáveis.
Agora imagine ter vida com Deus neste
contexto? Mais uma vida? Isto resulta em MAIS FRUSTRAÇÃO. Apesar da decisão em
seguir e ser como Cristo, mais uma neurose está estabelecida = A RELIGIOSA.
É necessário buscar a integração do ser.
Quando na prática você se perceber como
um ser único e com um único Deus, mais de meio caminho já foi andado.
Quando a bíblia fala sobre chamado, ela
faz referência a VOCAÇÃO CELESTIAL. Isto não é etéreo, mas sim um desafio:
Seja na terra como um celestial. Como
isto?
Seja gente, humano. O cidadão celestial
que conhecemos foi profundamente humano. Ser a imagem de Cristo não é ser
religioso, mas sim, corresponder com a imagem para a qual existo, a imagem e
semelhança de Deus, no caso, Cristo.
VOCAÇÃO CELESTIAL É UM CHAMADO PARA SER
GENTE.
Não ser burro de carga, um tirano, bruto,
irracional ou déspota. É um chamado para viver uma vida que transborda.
Por isso, cada um precisa responder:
Quais as coisas que lhe roubam a doçura?
Quais as coisas que estão lhe tornando
insensível, frio e conseqüentemente amargo, frustrado?
Para resolver com a frustração você
precisa antes de agir, ter princípios de humanização própria e do outro.
Você está se dedicando à profissão e no
referencial da vocação celestial, ela está lhe transformando em que?
O grande chamado ministerial é o
principal foco de Deus: Fazer de você uma excelente pessoa. Antes de você ser um excelente profissional,
ser uma excelente pessoa.
Para Deus tanto faz se você é publicitário,
médico ou vendedor, o importante é quem você é como pessoa. A isto chamamos
ministério.
Alguns exemplos podem ajudar:
Neemias é o garçom do Rei, uma pessoa
excelente. Sua tristeza chega a incomodar o rei. Ele é sensível pois, chora
pelo povo, apesar dele desfrutar das benesses que alguém de confiança em um
palácio desfruta.
Cornélio é um militar do reino de
ferro,Roma, mas compadece-se dos miseráveis. Apesar de toda sua formação para
ser duro, apesar de todas as suas milhares de tarefas, apesar de sua
importância, ele é gente e busca a vontade de Deus.
Quando sua prioridade não é alguma área
de sua vida, mas sua vida, você precisa convidar Deus para participar de tudo.
É muito comum Deus só participar da área profissional das pessoas para abençoar
o desempenho, nisto somos gratos e até dizimistas, mas este não é o chamado de
Deus. Neste esquema Deus vira um departamento da realização profissional, como
se isto fosse tudo. Facilmente nos sentiremos devedores à Deus, pois desta
maneira prática das disciplinas espirituais
não têm espaço e levam à frustração: não consigo orar, ler a bíblia,
etc...
Quando você elege como vida uma ou outra
área apenas, você irá se tornar deficitário, manco, isto será frustrante.
Quando você elege a vida, para ser sua
vida, a tendência é existir equilíbrio, e os equilibrados são considerados os
felizes e realizados.
Quando você entende esta vocação
celestial o trabalho na igreja, deixa de ser uma obrigação mas uma ferramenta
importante de formação e transformação da humanização. É um trabalho
humanizador, conscientizador, de respeito humano.
Na igreja todos são iguais, trabalham e
não recebem recompensa como no mercado, é algo entre você e Deus para o bem
comum.
Podemos comparar por exemplo com o namoro
ou família, pois nenhum deles resiste, ou se sustenta sendo um adendo da área
profissional, ou mesmo ministerial.
Dentro da chamada - a vocação celestial
temos: as diversas profissões e os ministérios.
Para a concretização da vocação
celestial, Deus distribui os dons como um cuidado com o ser humano
integralmente: espírito alma e corpo.
O cardiologista tem um ministério com o
coração, o dentista com os dentes, os psicólogos com a mente, o pastor com o
espírito.
É assim que podemos entender e perceber o
quanto todos carecemos da graça de Deus, para desempenhar aquilo pelo qual nos
dedicamos, pois Deus quer cuidar do ser humano por inteiro, e levanta os
diferentes profissionais a fim de que canalizem suas forças e energias para o
outro. Tudo é obra de Deus, façamos pois.
Eliel Batista
Eliel,
ResponderExcluirInteressante como somos disciplinados a correr atrás do sucesso futuro a qualquer custo. Claro que isso é importante, mas acho que o problema está quando isso se torna prioridade. E em nome da busca do sucesso tudo é válido, até mesmo ter a vida sacrificada durante anos e anos dentro de uma religiosidade cheia de rituais, normas e regras evangélicas.
As vezes acho que todos os evangélicos, na verdade usam a fé, a frequência nos cultos e a devoção como um ingrediente ( ou tentativa ) de ajudar na garantia de sucesso.
E no fim vivemos sempre em função do futuro que nunca vira presente.....Faz sentido ?