Pastor ReLevante
As escrituras revelam a dádiva de Deus à Igreja: os “homens-dons”.
Entre estes, o pastor-mestre concedido como um daqueles que pode capacitar os crentes para a diaconia[1] no mundo.
Mais especificamente a partir da idade média, a institucionalização da fé cristã não buscou servir ao mundo, mas assumiu a missão de trazer o mundo para debaixo de sua estrutura.
Mudou-se até a linguagem. A evangelização, de levar a Palavra passou à conquista dos povos.
Em virtude da falta de conhecimento, os poderes espirituais recebiam o crédito de serem a causa dos eventos naturais[2] da física, química e biologia.
A fé institucional considerada a única capaz de codificar as ações espirituais, adquiriu o status de infalível resposta. Demonstrando-se fiel depositária de Deus e fonte exclusiva da verdade limitou-se a ser mestre de si mesma e descartou qualquer outra fonte de conhecimento.
Por outro lado, a sociedade secularizada buscou romper com as fronteiras do conhecimento.
Esta aventura científica desmascarou a maioria dos tais poderes espirituais. Minou o domínio e desacreditou a confiança depositada na fé cristã.
Enquanto a igreja se ensimesmou no conhecimento e lutou para manter o controle da verdade, a ciência se fortaleceu além-fronteira e aos poucos vem desestruturando a fé.
O pastor iludido e deslumbrado por uma fé-institucionalizada torna-se vítima daquilo que defende.
A insistência em ter:
- Uma autoridade dependente de performance, normalmente confundida com unção.
- Um discurso metodologicamente inadequado,[3]
- Conteúdos sem pertinência à realidade da vida que não satisfazem a saciedade humana[4].
Em defender:
- Uma estrutura de poder, ou fé-institucionalizada incoerente com o mundo atual.
- A dogmática institucional divinizada[5]
- A ameaça contra o discordante através das forças espirituais invocadas sobre si[6],
- A necessidade de títulos ou poderes especiais que lhe configure importância.
Relegará o pastor a uma peça obsoleta e irrelevante para o mundo e a igreja a uma espécie de OVNI dogmático à beira do ostracismo. Porque neste quadro, não dialoga nem debate a respeito dos legítimos conteúdos cristãos, apenas impõe. Não desafia o fiel à reflexão e nem o instrui a lidar com a vida e sua humanidade, apenas aliena-o. Ora oferecendo milagres espasmódicos e emocionalismos confundidos com o poder de Deus, ora enrijecendo a “sã” doutrina.
O cristianismo deve urgentemente dialogar com outras fontes do saber. Resgatar a maravilhosa revelação da fé-serviço. Enfatizar a humanidade do pastor à frente da Igreja, como um simples capacitador dos crentes para exercer a diaconia no mundo. Aquele que abre mão de toda estrutura dogmática e de dominação medievais, que mais conferem status que ministério.
Talvez assim, consigamos demonstrar a esta geração um pouco do amor de Deus.
Os pastores por favor, se “re-levantem”.
[1] Palavra de origem grega definida como serviço.
[2] Uma tempestade, por exemplo, era considerada uma ação de poderes espirituais.
[3] A pedagogia hoje busca a formação do indivíduo, através da transmissão de conhecimento por um processo dialógico (Paulo Freire).
[4] Discursos de soluções instantâneas e pragmáticas para todos os dramas da vida.
[5] Referência à tentativa de estabelecer um padrão para as ações de Deus e tornar a interpretação como verdade absoluta.
[6] O uso indevido do texto: “não toqueis nos ungidos”.
Entre estes, o pastor-mestre concedido como um daqueles que pode capacitar os crentes para a diaconia[1] no mundo.
Mais especificamente a partir da idade média, a institucionalização da fé cristã não buscou servir ao mundo, mas assumiu a missão de trazer o mundo para debaixo de sua estrutura.
Mudou-se até a linguagem. A evangelização, de levar a Palavra passou à conquista dos povos.
Em virtude da falta de conhecimento, os poderes espirituais recebiam o crédito de serem a causa dos eventos naturais[2] da física, química e biologia.
A fé institucional considerada a única capaz de codificar as ações espirituais, adquiriu o status de infalível resposta. Demonstrando-se fiel depositária de Deus e fonte exclusiva da verdade limitou-se a ser mestre de si mesma e descartou qualquer outra fonte de conhecimento.
Por outro lado, a sociedade secularizada buscou romper com as fronteiras do conhecimento.
Esta aventura científica desmascarou a maioria dos tais poderes espirituais. Minou o domínio e desacreditou a confiança depositada na fé cristã.
Enquanto a igreja se ensimesmou no conhecimento e lutou para manter o controle da verdade, a ciência se fortaleceu além-fronteira e aos poucos vem desestruturando a fé.
O pastor iludido e deslumbrado por uma fé-institucionalizada torna-se vítima daquilo que defende.
A insistência em ter:
- Uma autoridade dependente de performance, normalmente confundida com unção.
- Um discurso metodologicamente inadequado,[3]
- Conteúdos sem pertinência à realidade da vida que não satisfazem a saciedade humana[4].
Em defender:
- Uma estrutura de poder, ou fé-institucionalizada incoerente com o mundo atual.
- A dogmática institucional divinizada[5]
- A ameaça contra o discordante através das forças espirituais invocadas sobre si[6],
- A necessidade de títulos ou poderes especiais que lhe configure importância.
Relegará o pastor a uma peça obsoleta e irrelevante para o mundo e a igreja a uma espécie de OVNI dogmático à beira do ostracismo. Porque neste quadro, não dialoga nem debate a respeito dos legítimos conteúdos cristãos, apenas impõe. Não desafia o fiel à reflexão e nem o instrui a lidar com a vida e sua humanidade, apenas aliena-o. Ora oferecendo milagres espasmódicos e emocionalismos confundidos com o poder de Deus, ora enrijecendo a “sã” doutrina.
O cristianismo deve urgentemente dialogar com outras fontes do saber. Resgatar a maravilhosa revelação da fé-serviço. Enfatizar a humanidade do pastor à frente da Igreja, como um simples capacitador dos crentes para exercer a diaconia no mundo. Aquele que abre mão de toda estrutura dogmática e de dominação medievais, que mais conferem status que ministério.
Talvez assim, consigamos demonstrar a esta geração um pouco do amor de Deus.
Os pastores por favor, se “re-levantem”.
[1] Palavra de origem grega definida como serviço.
[2] Uma tempestade, por exemplo, era considerada uma ação de poderes espirituais.
[3] A pedagogia hoje busca a formação do indivíduo, através da transmissão de conhecimento por um processo dialógico (Paulo Freire).
[4] Discursos de soluções instantâneas e pragmáticas para todos os dramas da vida.
[5] Referência à tentativa de estabelecer um padrão para as ações de Deus e tornar a interpretação como verdade absoluta.
[6] O uso indevido do texto: “não toqueis nos ungidos”.
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